Conselho de Veterinária alerta sobre consumo de peixes após casos de doença rara
25 de fevereiro de 2021 – Atualizado em 29/07/2021 – 12:14pm
O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE), divulgou, nesta quinta-feira (25), um comunicado sobre os cuidados com os pescados, após caso confirmado de Doença de Haff (Doença da Urina Preta) no estado. Conforme o órgão, a procedência, conservação, o transporte e o armazenamento dos pescados são de suma importância para evitar riscos à saúde devido à elevada perecibilidade dos produtos.
De acordo com a médica veterinária e especialista em Engenharia de Sistema de Gestão de Segurança dos Alimentos, Ana Magna de Carvalho, uma atenção especial deve ser dada à temperatura. “Os peixes frescos devem estar em torno de 0ºC, já o peixe congelado em -18ºC, respeitando essa cadeia de frio desde o momento da captura nos barcos até a comercialização, com inspeção de profissional capacitado”, explicou.
Paralelo a isso, a médica veterinária, que também faz parte da Comissão de Alimentos do Conselho de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRMV-PE), ressalta que a principal linha de pesquisa para explicar a Doença de Haff está associada a biotoxinas produzidas por microalgas e consumidas por peixes salgados e doces, as quais podem se acumular nos seus órgãos e tecidos e serem transmitidas às pessoas pela cadeia alimentar.
“Apesar disso, não se sabe, ainda, qual a toxina responsável pela intoxicação, mas acredita-se que faça parte do grupo das Palytoxinas, sendo necessário mais pesquisas na área”, disse. A profissional ressaltou, entretanto, que é de conhecimento que a toxina resiste a altas temperaturas e não altera as características sensoriais dos produtos (cor, odor, gosto, textura), o que aumenta o risco para os consumidores. No caso da Doença de Haff, existem relatos da ocorrência em várias regiões da Europa e EUA também.
A especialista ainda confirmou que no Brasil há poucos dados e baixa notificação sobre estes casos, mas é necessário tomar os devidos cuidados de maneira geral. “Para diminuir riscos, é importante que o consumidor adquira pescados de fornecedores que tenham conhecimento dos locais próprios para a pesca, que respeitem a legislação pesqueira e sanitária e, no caso de peixes, crustáceos e moluscos de cativeiro, adquirir somente de empresas registradas no serviço de inspeção, seja ele federal (SIF), estadual (SIE) ou municipal (SIM).